Não
me peças nada que eu não possa dar
O
que tenho é pouco, quase nada
Não
me peças para compreender teu mundo
No
máximo, posso admirá-lo
Não
me peças para te fazer feliz
Impossível
fazer brilhar o sol quando ele não quer
Não
me peças em casamento
Minhas
amarras são bem mais profundas
Não
me peças opinião de tudo
Minhas
opiniões são bastante adversas
Não
me peças para escolher entre dois mundos
Eu
vivo mergulhada num imenso universo
Não
esperes…
Não
faças pedidos…
Não te desculpes, não te culpes…
Não te enraiveças, não estragues tua alegria nem tua tristeza por causa de mim…
Aos
lobos florestas negras
Aos
cavalos planícies longas
Às águias céus sem horizontes
A
cada qual seu ser total
Sê;
sê o que és
E
não me peças para ser o que não sou
Não
quero pedir permissão para ser feliz
Não
quero dar aval para que sejas feliz
A
cada qual seu ser total
Mesmo
que essa busca seja dolorosamente infinita
Que
nosso encontro seja casual
Mesmo
que marcado pelo destino dos céus
Que
nosso encontro não sujeite o peso
De
todos os séculos de erros humanos
Que
nosso encontro seja apenas encontro
E
nos permitamos nos encontrar como somos
E
que um acrescente ao outro alento e loucura
Apenas
acrescente
Que
sejamos apenas nós mesmos
Viajantes
do tempo num tempo que não compreendemos
E
que por passar tão rápido só devemos ser bons
E
com a imperfeição de nós nos permitamos amar
E
nada mais…
por Elayne Amorim
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