Alguns
momentos eu queria guardar no bolso apenas para perdê-los pelo caminho afora.
Há
momentos que transformam nossa vida num verdadeiro inferno, parecem
intermináveis, decepcionamos com as pessoas menos precisas, outras nos ferem
sem nem ao menos terem ideia de quem somos.
Há
momentos tão bons que os segundos ficam congelados em nossa mente.
Dizem que
a vida é feita de momentos.
Dizem que
também a felicidade é feita de momentos.
Vive-se
nos momentos e entre um momento e outro, o que fazemos?
Há
momentos de dor física que ficam nos lembrando de que a vida não é o que está
fora, nem na aparência, mas uma força vital, peculiar, estranha à nossa razão
biológica.
Quais são
os meus momentos mais preciosos?
Há
momentos em que crio, desfaço, reconstruo.
Há
momentos em que nem imaginamos que aquela pessoa agiria daquela forma conosco,
por amizade ou por desprezo.
Quais
momentos andamos a semear por aí?
Há
momentos em que escrevo para não explodir não porque meu ego seja grande
demais, mas porque ele é ínfimo diante da grandiosidade misteriosa do que não
sei ainda.
Há
momentos em que as coisas, as pessoas, as teorias… nada, nada parece se
encaixar.
Rezamos
para Deus ou para que um herói romântico apareça para nos salvar, nesses
momentos apenas nossa fé é o que importa.
Há
momentos em que apenas ouvir uma música nos basta.
Há
momentos em que dá vontade de jogar tudo para o alto e apenas seguir o
instinto.
- como um
lobo solitário segue apenas os rastros do seu aprendizado -
Há
momentos de poesia e há momentos de silêncio.
Os
momentos de cerveja são sempre bons, mas é na dor, é na dor que se reconhecem
as almas leais.
Os
momentos mais difíceis talvez sejam na hora de dar o perdão.
-
reconhecer que somos frágeis como vidro e insistimos em refletir um coração de
pedra –
E assim os
momentos, desde o nascimento, como peças distintas, opostas, paradoxais de um
mesmo mosaico vão desenhando nossa vida. De alguns nos lembramos; de outros,
não queríamos recordar; e outros que nossa memória fantástica acaba por
embaçar. Os momentos não dependem de nossa vontade, mas dependem de nossas
ações, de nossas palavras, de nossas escolhas, dependem até de quando não
fazemos nada. Cada momento deveria ser único, por ser único; deveria ser
sublime, por ser insubstituível; deveria ser,
por talvez ser o último.
por Elayne Amorim
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