O fato é que há vida, há vida na vida. Há mais na vida. Mais do que se pode ver, mais do que se pode tocar, mais do que nos limitamos a entender.
Quando eu falava de crinas
Falava também de cabelos...
Não compreenderam o que eu queria
- eu entendi –
Quando eu falava de patas
Falava também de pés...
Olharam-me com pena e escandalizados
- eu entendi –
Eu falava de coisas que não se conhecia
Falava
Da continuidade da vida, porque a vida
Não para não cessa não desiste
A vida quer vida e não o que se vê
Cavalos que correm que correm que correm
Que correm...
- a continuidade da vida –
Falava de utopias de medos de rimas
Falava do que ninguém mais acreditava
- eu acreditei –
Sou alienígena de meu planeta
A importância que me dão
São importâncias esquivas
- alguns me importam e me dão
importâncias verdadeiras –
alienígena de meu próprio mundo
não é só o que vejo
mas como vejo
porque crinas são cabelos
o morno é desespero
o longe é ali
eu quero o mundo do avesso
há mais...
se olhares, há mais...
quero ver o que há
escandalizar
a maior importância é descobrir que existe vida após a vida
por Elayne Amorim
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