Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

Saudade de fazer um poema



Saudade de fazer um poema…
Saudade de fechar os olhos por uns instantes
E visualizar a vida sem dor
Saudade de galopar ao vento, solta...

Saudade até de chorar os sentimentos
Que já nem sinto mais
Saudade de sentir saudade de sentir vontade
De me manifestar silenciosamente

De levantar a bandeira do quero-que-o-tempo-pare
E que me deixe viver...!
Tenho trabalhado demais, aprisionada demais
Em papéis demais, em preocupações demais

E sinto saudade do meu corpo livre ao ar...
A galopar... a correr... a gritar...
Numa necessidade vital de ser quem sou
O mundo me comprime, mas eu sou grande demais

E por ser demais tu não soubeste me entender
Tu me prendeste na liberdade de teu adeus
E até de ti sinto saudade, não do que foi
Mas do que não aconteceu...

Passou... o tempo passou, o tempo está passando
Às vezes eu não me reconheço mais
A natureza da minha essência não se estabiliza
Sob nenhum sistema, ou esquema, ou dilema

Sinto saudade de fazer um poema
Que possa dizer quem sou, que possa me libertar
Mas agora eu só jogo palavras, porque elas, soltas
Levam partes aprisionadas de mim... por aí...

A ti... a tantos... a ninguém...
Elas apenas me levam, me libertam, me permitem
Enquanto a prisão é dura eu cavo uma saída
Nada pode aprisionar a alma incontida
por Elayne Amorim

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