Quem
me vê não sabe
Que
desabo todos os dias
E
encontro pelos destroços
Pedaços
de versos, palavras quebradas
Ferindo
meus sentimentos jamais cicatrizados
Palavras
que disseste em promessas
Palavras
que disseste em versos
Palavras
que disseste antes
Palavras
e mais palavras
Atingiste
minha realidade mais pura e real
As
palavras não devem ser proferidas
Jamais
versificadas
Meu
fogo me devora derretendo cada íntimo
Fervendo
cada entranha minha em desejo
Como
se eu me devorasse por dentro
Pela
fúria de tua ausência
Tenho
minha boca em gélido movimento
cada
gota
de
mim
num
mínimo de célula inflama quando penso
como
eu queria não pensar mas quanto mais
nego
mais quero e esfrego minha superfície
em
outras peles, em outras células, mas o
teu
resquício ficou e jamais saiu, teu gosto
tua
cor, teu dna em contato com o mais profundo
de
mim, o teu horror de mim, o teu desejo,
a
tua culpa, a tua procura e a tua fuga
jamais
perdoarei, jamais me perdoarei
porque
deixei
que fugiste…
Eu
quero a tua língua a me percorrer
Teu
stress para eu acalmar, acariciar
Cada
parte tua como se houvesse escolha
Não
há escolha, hermeticamente fechado
Esse
sentimento não cabe em mim
Parei
de te perseguir, mas quanto mais
Rasgava
tuas palavras mais elas me feriam
Tenho
a pele esfolada de tanto te negar
De
tanto insistir, escuta meu cansaço
O
problema não é morrer um pouco todos os dias
O
pior é viver uma vida de ausências
O
pior é conviver com tua ausência
O
pior é sentir meu fogo me devorando em teu silêncio.
por Elayne Amorim
Nenhum comentário:
Postar um comentário