Oh que
saudades que tenho
Da transfiguração
dos meus sentimentos
Quando eu
não tinha medo dos ais
E me apaixonava
todos os dias como se fosse morrer
Oh que
vontades que não tenho mais
De me
aprisionar na segurança dos meus conceitos
Naqueles sentimentos
únicos encaixáveis
Nas frases
que todo mundo gosta de ouvir
Oh como eu
quero rasgar meu peito
Deixar que
meu coração respire as impossibilidades de um momento
À sombra
de jabuticabeiras, de amendoeiras
E marquises
de cidades desconhecidas
Oh como eu
quero desbravar os universos
Que eu sou
e já não cabem mais em mim, nunca couberam
Sentir não
como um adolescente apático e em pânico
Mas sentir
no desespero dos meus trinta e tantos
Oh que saudades
de sentir saudades de novo
Rasgar o
peito, as roupas, os papéis
Eu sou
todas essas coisas que não digo e não têm nome
Eu sou
muito mais do que era antes, não me aprisionem, não estou na idade da razão
por Elayne Amorim
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