Eu te vi.
Em meio à
penumbra de meu cansaço sobre os olhos
Te vi.
Foi tão
rápido como a compressão de um raio
Que senti
forte a me atravessar por dentro
Tua imagem.
Tua falsa
imagem da tarde que se esvaía
Tua falsa
imagem sob o que não mais se via
A pancada
fora tão forte em meu peito
Como um
susto despencado de um grito
Que não me
lembro se minha voz chegou a sair
Da
garganta há tanto tempo engasgada
Um balanço
de mão ao ar e passou um furacão
A me
arremessar contra os velhos sentimentos
Que jamais
se tornaram velhos.
Senti o
gosto daquele vinho a brotar em minha língua...
Senti o
poder de uma lembrança vaga perdida num jardim
Era fim
De tarde
Será que
ouviras meu oi, será que eu sorri, será que me mexi
Porque me
lembro apenas de (achar) estar vendo a ti
Num daqueles
momentos em que o tempo congela
E eu toda
fênix quase voei pelas labaredas instantâneas que meu corpo soltou
Será que
viste?
Será mesmo
que eu te vi hoje ou fora apenas miragem sonho loucura
Uma válvula
de escape pela toda vontade intensa minha de te ver
Tanta coisa
eu queria te falar e só uma.
Tantas coisas
que só tu entenderias e só uma.
Ando confabulando
com os céus uma maneira de te encontrar além das palavras
Além das
palavras lidas, além das palavras ocultadas, pelas entrelinhas
Daquilo a
que chamamos vivência ou vida
Terminar aquela
garrafa que começamos um dia desses,
Ela, mais
envelhecida
Eu, mais
embevecida
Tu,
sedento, sedento, sedento, sedento...
por Elayne Amorim
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