Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

amar sem




Dever-se-ia apenas poder amar. O “por que” é a grande pedra do caminho. Amar, nem ao menos se sabe o que seja isso. Amar sem conceitos. Sem preconceitos. Amar sem rodeios. Sem explicações. Amar por inteiro. Amar na essência – por ser essencial amar. Amar sem raças, sem razões, sem posses, sem poses, nem apelos. Amar sem tudo aquilo que homem criou para seu desespero. Amar para desvendar o outro. Amar para descobrir a si mesmo. Aliás, amar simplesmente. Na limitada certeza do que temos: o agora. Incondicionalmente, uma vez que amor é chuva, e não rio. Se houver margem, amor transborda. Dever-se-ia apenas poder amar. Como a certeza de um livro emprestado que um dia será devolvido. Apenas poder amar. Sem impedimentos. Amar sem nada disso do que vemos. É melhor amar sem, do que para, porque, quando... Amar. Sem pronunciar. No deleite do não pensamento. Sem a prisão do contexto. Sem pretextos. Sem precisar dizer como seria bom poder – simplesmente – amar.

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