Dever-se-ia
apenas poder amar. O “por que” é a grande pedra do caminho. Amar, nem ao menos
se sabe o que seja isso. Amar sem conceitos. Sem preconceitos. Amar sem
rodeios. Sem explicações. Amar por inteiro. Amar na essência – por ser
essencial amar. Amar sem raças, sem razões, sem posses, sem poses, nem apelos.
Amar sem tudo aquilo que homem criou para seu desespero. Amar para desvendar o
outro. Amar para descobrir a si mesmo. Aliás, amar simplesmente. Na limitada
certeza do que temos: o agora. Incondicionalmente, uma vez que amor é chuva, e
não rio. Se houver margem, amor transborda. Dever-se-ia apenas poder amar. Como
a certeza de um livro emprestado que um dia será devolvido. Apenas poder amar.
Sem impedimentos. Amar sem nada disso do que vemos. É melhor amar sem, do que
para, porque, quando... Amar. Sem pronunciar. No deleite do não pensamento. Sem
a prisão do contexto. Sem pretextos. Sem precisar dizer como seria bom poder –
simplesmente – amar.
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