Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

Viagem sem fim


Um dia partiu para uma viagem.
Não sabia que não haveria volta,
Embora bem suspeitasse disto.

Nas belas planícies verdejantes que encontrou
Havia depressões imensas, profundas
E o perigo surreal era real.

Já não encontrando sentido em muita coisa
Descrendo de sua própria fé
E duvidando das verdades que julgava serem verdades

Partiu.

O lugar belissimamente sombrio.
Não imaginava direito o que iria encontrar lá
Na sua busca sem fim do que não sabia.

A dor parecia acompanhar ainda mais
Apesar de que, o verde imenso das suas planícies
Dava-lhe esperança de achar o desconhecido perdido.

Ah... Mas a viagem parece não ter fim mesmo
E já tendo perdido o caminho de volta
O jeito era anotar suas conquistas e derrotas

Em versos loucamente fugidios
Como um diário de bordo traiçoeiro
Relatar o irrelatável na tentativa de entender o incompreensível

E encontrar o que tanto procura
Havendo perdido num futuro distante de suas mãos.
Nessa partida dolorosamente alegre levou consigo

Um coração apaixonado, a lembrança de coisas não vividas
Levou sentimentos tão profundos na bagagem
Levou uma infinidade de coisas que cabem numa só: sua imaginação.
                                                                                              Elayne Amorim

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