Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

CUIDADOS...



Cuidar do corpo também é uma forma de cuidar da alma. Li algo parecido em algum livro do qual não me lembro agora, mas achei interessante.
Cuidar de si. Não esquecermos que somos bem mais que meros espectadores da nossa existência. Não esquecermos que somos matéria e não matéria. Cuidar-se.
Fazer uma atividade física que agrade, com a qual se sinta bem. Superar algum limite físico sem exagero, sentir-se capaz de se modificar. Emagrecer um pouco, engordar um pouco. Cuidar da saúde física – não se trata de se preocupar com padrões, não é isso que falo. É cuidar de si.
Alongar-se: tão importante. Sentir-se: pulsamos, sentimos sede e fome, sentimos calor e frio; a pele se arrepia devido a tantas razões… O que anda causando aquela dor nas costas? Ou nos joelhos? Exercitar-se é uma forma de evitar dores e problemas na coluna.
Caminhar por lugares bonitos, uma estrada arborizada ou um jardim. Nadar. Dançar. Levantar da cadeira e esticar os braços.
Ao observar os animais, percebemos que eles se alongam o tempo todo…
Olhar-se no espelho com satisfação, sentir-se bem consigo mesmo – o peso, a cor do cabelo, usar aquela maquiagem que realmente lhe agrada ou não usar nada.
Não são os outros: é você.
Tentar um hábito novo. Um sabor novo. Uma roupa diferente.
E sorrir.
Porque a alma precisa deste corpo bem. A vida que habita este corpo precisa de cuidados. Olhar coisas bonitas faz bem à mente. Pensar ideias melhores com certeza melhora a qualidade da nossa vida.
Quem sabe provar um vinho nunca bebido antes? Quem sabe ler aquele livro que lhe causou curiosidade apenas pela capa? Quem sabe conhecer músicas de bandas que jamais apreciou antes? Quem sabe comprar um tênis só para criar hábito de andar, mas se isso não servir, doe o tênis e ande descalço pela grama – faz muito bem.
Para cuidar do corpo não é necessário dinheiro – é necessário vontade. Insistência. A saúde é importante e é irrecuperável depois de perdida e cedo ou tarde nosso corpo terá problemas, não precisamos ser tão cruéis com ele.
Descansar. Dormir. Acordar um dia mais cedo para dar aos olhos o privilégio de ver o nascer de mais um dia. Quebrar a rotina com ações simples. Não passar tanta vontade de comer algo. Não comer tanto a ponto de passar mal.
Cuidar de si com naturalidade, sem neuroses – lembre-se, ao cuidar do corpo isso deve fazer bem à alma, fazer bem à mente e não mal.
Não é necessário visitar médicos à toa. Mas eles estarão lá em caso de algo errado.
Observe a postura, não precisamos andar encurvados, a olhar para o chão.
Não se esqueça de andar sob a chuva de vez em quando.
Entrar em contato com animais faz muito bem, tocá-los. Tocar as pessoas também faz muito bem.
Talvez o único “bem” material com o qual devamos nos preocupar realmente é com nosso corpo – bem este não durável, não retornável, não reciclável e não nosso. Um bem precioso, já que nossa vida está nele e o tempo dela não é o nosso tempo, tampouco sabemos até quando.
Trabalhar demais, acumular, invejar, automedicar-se com remédios fortes ou controlados, exceder-se… Talvez seja necessária apenas alguma mudança.
Sentir-se vivo. Respirar. Não podemos nos esquecer de respirar. E beber água. Ter sede de vida.
Da alma não sabemos de onde veio nem para onde vai, mas este corpo é um e nos proporciona uma experiência única e magnífica neste mundo, neste agora. Ter amor por ele e por si mesmo. Cuidar dele e de si. Ele nem sempre reflete o que está dentro, no profundo de si, mas cuidar dele causa reflexos positivos lá dentro – na vida que o habita.
 por Elayne Amorim

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