Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

Covardia







Deixou-me doendo
Por dentro
Com uma tristeza fria no olhar.

Deixou-me no escuro
Do meu íntimo
Só, num canto sombrio do coração.

Deixou-me órfã
Das esperanças que eu tinha
De viver num dia claro, de manhãs ensolaradas
E tardes verdejantes de alegria.

Deixou-me.
Como mais não haveria de ser?
Sem ao menos, sequer, saber
Que me deixava triste
Com a noite interminável por dentro de mim

         Eu uivei como um lobo louco
         Mas por fora eu era uma estátua fria
         Chorava, gania, urrava enquanto você partia.
         Mas você não viu, não me ouviu, eu lamento, apenas,
         A minha covardia.
                                                        por Elayne Amorim

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