Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

Invente as mesmas palavras




Ando sonhando com meu livro
De poemas inacabado.
Cada vez que penso num personagem
Quero inventar um que nunca existiu,
Nas páginas vejo estampado
Um rosto de anjo cruel.

Narro histórias de vampiro
Mas sinto meu sangue sendo sugado
Cada palavra que me nego a escrever
Por tê-la tida como repetida
Arrebata-me para a terra do mal
Onde as almas gritam e gemem de dor

Você é nossa! Você é nossa!
E puxam-me legiões de criaturas sombrias
Até que meu peito se rasgue por total
Então deixo minhas mãos ao léu
E delas despencam palavras das vozes
Que tentaram abafar aqueles que alegam

Que tudo está ao normal.
Repita as palavras até a exaustão
Dos tímpanos alheios.
Repita as mesmas palavras com paixão
Recrie, até que a realidade seja impossível
Até que se convençam de que a vida é imprescindível.

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