Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

A solidão de uma despedida.

 A despedida é uma dor que se sente sozinho.
Pois enquanto suas mãos se entrelaçam no outro
Tentando retardar o momento crucial do adeus
A dor já existe, ali, no canto, adormecida.

E você o vê de longe, ainda caminhando para o mundo
Enganando o pensamento, dizendo, que ele voltará depois.
Só que ele não voltará. E você sabia...
O coração, magoado e traído, no escuro do quarto

Começa a doer.
As luzes se apagam, a televisão se cala,
Nem um carro na rua, nem um grito,
Até os grilos adormecem.

Aí então, como um gigante embutido no peito,
As lágrimas brotam seguidas de um pranto.
E você, preferindo que fosse um pesadelo,
Reprisa na mente as pernas indo para longe.

Na sua cama, abraçando a si mesmo, encolhe-se feito criança
Chora baixinho, pro mundo todo que dorme não ouvir.
Na despedida, você sorria, até ao outro encorajava
Mas agora, na solidão da despedida, você quase não suporta

A ausência do outro que lhe deixou na ausência de si mesmo


Não deu tempo de dizer adeus...
acho que foi melhor assim...
sentirei saudades, já sinto,
já sentia muito antes de você partir
Mas eu sei que você ficará bem,
você sabe que eu também ficarei
a nossa amizade durou o tempo que tinha que durar
acontecimentos não são eternos
só os sentimentos é que são...
                                               eternos.
                                                           por Elayne Amorim


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