Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

Várias...


PLENITUDE
Se pudesse tocar em sua beleza com minhas mãos
Em que meu poema se transformaria?
Uma onda de palavras que não falam, mas cavalgam pelos corações...
Espalhando luz e pó de estrelas que viraram sonhos...

Leve-me com você para nunca mais veja tristeza num rosto de alguém
Leve-me, para que meus poemas se transformem em chuva de cristais
E eles possam inundar de beleza as partes mais sombrias deste mundo
Leve-me e deixe-me ser o próprio galope...

Deixe-me ser a própria beleza, ou a chuva...
Quem sabe assim encontro a plenitude das palavras
Eu seja a própria linguagem dentro de cada ser vivo
O significado completo do que é ser...
Elayne Amorim

Vou escrevendo sim...
Vou escrevendo sim, apesar do apesar
Apesar do pesar e da dor
Apesar da miséria e da violência
A feiúra da realidade está precisando de poesia
Sim, e vou escrevendo

Quem sabe assim, minha caneta absorva u’a mágica
E minhas palavras se tornem sementes verdes no coração das pessoas
Quem sabe, minhas palavras, se tornem sinos gigantes
E acordem as pessoas para o que elas não conseguem ver
Ou fingem não ver...

Vou escrevendo sim, não pretendo parar
Porque os poetas são como anjos caídos
Vieram para desproteger, desprestigiar, despir
Vieram para desconhecer, desalienar, desmudar
E eles não vão desistir

Vou escrevendo sim, quero fazer você olhar
E quando falo que há pessoas que sofrem
E que nossos jovens morrem por falta de sonhar
Quero acender uma centelha de culpa
Onde está o erro? Onde mora o erro?

Vou escrevendo sim, esparramando jardins
Mas desnudando o que de verdade há
Aí é que está: não há
Mais crença, mais amor, mais respeito
Mais esperança, mais sonhos... mais sonhos!

Anjos caídos mas não decaídos a não ser em sua própria loucura de acreditar
De gritar, de berrar até os dedos sangrarem sobre o papel
São outros tempos, mas se fecharmos nossos olhos
Em breve mergulharemos numa idade das trevas
Pois elas percorrem o coração de muitas pessoas

Não posso deixar que entrem em meu coração
Protejo-me com o escudo da poesia
Escudo contra todo tipo de tirania
Estão aprisionando os sonhos, matando a inocência,
Ensinando a desamar... ensinando... a desamar...

E por isso, vou escrevendo sim...
Elayne Amorim

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