às vezes é necessário percorrer um mundo inteiro
para descobrir que o que se procurava longe
estava perto.
estava dentro.
Não é pelo
atravessar do tempo em mim
Nem pelas
marteladas do silêncio entorpecido nas pessoas
Não é pela
geração nova, nem a geração velha.
A poesia
estática.
O resumo das
tragédias da vida enquadrado numa tela plana.
Ou mesmo que
fossem as esperanças, a fé, o desespero, o amor
Ou o que
conhecemos dele.
Tudo, tudo
se resume a mim.
Ao eu mais
centralizado que há no mais amplo universo de mim.
Se me movo
Tudo sai do
lugar.
Tudo – o tempo
o silêncio as gerações a poesia as tragédias as esperanças a fé o desespero o
amor –
Tudo já não
é mais o mesmo.
Eu gosto mesmo
é das roupas leves, repletas de ventos
De me confundir
com o vento...
E pronunciar
sorrisos e jogar com olhares
E recordar o
invisível.
Só olhar o
cavalo correr, porque ele corre é dentro de mim...
Ele corre
dentro de mim...
Não importa sua
sela, sua cor
Esse cavalo
canta luares e me faz lembrar
De um tempo que
não sei
Se vivi.
Estive
fora.
Medo
talvez de voltar
Para
De onde
nunca saí.
Na busca
constante de mim
Eu me vi tantas
vezes numa pessoa que não era eu
Projetei-me,
talvez
Acho que às
vezes tenho medo de mim
Quando todo
mundo diz não
Eu digo sim...
Quando o bonito
lhes parece feio
Eu deixo
O feio
parecer-me bonito
Não é revolta
nem ingratidão:
Um saber que
trago em mim.
Um saber que
não quer nunca deixar de saber.
Se
há Uma das CoisaS de que mais gosto é
de andar fora de Moda.
A
casa arrumada.
Percebi
flores
Percebi
cheiros novos
Percebi
cores novas
E que
velhos eram meus segredos
Eu
precisava de mais segredos novos
Para
serem compartilhados aos pés de ouvidos
Em
beiras de fogueiras acesas nas noites frias.
O
inverno passou
E não
cantei o inverno
Acho
que eu aprendia um novo modo de cantar.
Um
sentimento bom hibernava dentro de mim.
O conflito é bom, pois ele nos quer mover a algum lugar. E quantos lugares secretos há dentro de nós, inexplorados, vazios ou cheios, solitários ou sorridentes, esperando nossa visita íntima. Nosso jardim nos aguarda. Nossas florestas têm bem mais mistérios. Por que essa de sociedade pós-moderna angustiada em suas conquistas tecnológicas e modismos egoístas? Olhar para si é uma boa forma de aprender a olhar para o outro. Olhar para si é uma boa forma de mudar o mundo. Seja no século I ou no XXI: o ser humano é sempre esse mesmo ser sentimental que quer conquistar um mundo inteiro e tem medo de encarar o próprio universo que traz em si.
por Elayne Amorim
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