Época
em que nos lembramos das pessoas que não estão mais conosco. Época de reunião. Época
de confraternização. Época de renovação.
Que
possamos nos confraternizar com nós mesmos primeiro. Que possamos lembrar que
Natal não tem a ver com luxo nem extravagância. A beleza dessa época está
ligada à simplicidade.
Que
a fartura seja, em primeiro lugar, de bons sentimentos. Que algo de verdadeiro
seja estampado em nosso olhar ao olharmos para o outro e desejar-lhe “Feliz
Natal”. Há pessoas sentindo falta dessa sinceridade. Eu também sinto.
Mas,
o que costumo dizer para mim e para as outras pessoas é que ainda existe muita
gente verdadeira. Ah, se há. E há também os nossos corações, eles estão prontos
para amar? Para oferecer esse sentimento que tanto procuramos?
Época
de felicidade, não de tristeza. Nostalgia, talvez, por momentos outros que
jamais voltarão. Mas felicidade, pois, se não quisermos, jamais estaremos
sozinhos.
Época
de festejarmos um nascimento, de Alguém tão importante que mudou a trajetória
da linha do tempo e quer mudar nosso mundo. Nosso modo de enxergar as pessoas e
os fatos.
Época
de mudar. Sim, por que não agora? A vida já não é mais a mesma, então, por que não
mudarmos? Há pessoas de que precisamos nos afastar, outras que devemos permitir
que se aproximem. Provar novos sabores. Beber um vinho diferente. Ousar no
presente.
Limpar
a casa, deixá-la perfumada e colorida com as luzes e os enfeites. Se ela
estiver vazia, aceitar o convite de alguém ou convidar a outros para
confraternizar juntos.
Não
pensar na vida, mas, vivê-la. Essa história de que ela é curta e passa rápido
não é mentira: olha, já estamos às vésperas do Natal! Daqui a pouco é outro
ano.
Que
possamos escutar música, cantar num culto, numa missa ou em casa. Ser racional
o suficiente para liberar a emoção guardada no peito. Beijar. Abraçar.
Chorar,
mas porque é simplesmente bom. Escrever cartões – a modernidade não me tirou
essa singular poesia. Entregar em mãos junto com um abraço apertado, sempre que
possível. É melhor que e-mail ou sms, acredite.
É
uma época de beleza. É uma noite, um dia, uma ceia, um almoço – ou vários
almoços, porque conseguimos prolongar datas quando se tem amigos.
É
uma época de felicidade, simplesmente porque o Natal possui um fim em si mesmo:
celebrar a vida, reunir pessoas – pastores e reis – presentear. Mas o presente
é um símbolo, temos interpretado errado.
A
melhor época do ano não celebra as coisas, nem o Papai Noel, nem o carro ou o
celular novos: a melhor época do ano celebra a vida, é uma data de aniversário,
é um nascimento que nos proporcionou a chance de nascermos de novo. De nascermos
de novo sempre que desejarmos, em qualquer época do ano.
A
melhor época do ano é a melhor porque fala de amor, de solidariedade, de
esperança, de um desejo que não podemos deixar morrer jamais: que tudo pode ser
diferente, tudo pode ser melhor. Não é uma falácia, é algo real se estiver
tangente ao nosso coração tão endurecido; ao nosso pensamento tão pouco
imaginativo.
A
melhor época do ano dura há mais de dois mil anos e sempre vem trazer a mesma
mensagem. Que estejamos atentos.
A todos os leitores, amigos e visitantes do Traduções Poéticas, um FELIZ NATAL de verdade! Que a poesia desse momento tão bonito invada suas vidas de pura felicidade!
Elayne Amorim
2 comentários:
O espirito de natal tende a mostrar na natureza humana.
Esse texto ficou lindo e mostra a alma de uma verdadeira poetisa.
Sucesso, paz e continue assim!!
Obrigada mesmo por tuas palavras e desejo a ti tudo de bom para tua vida e para o ano que se aproxima! Beijos
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