Era
um fim, mas que marcava outro começo.
Quando
tudo desmoronou
Em
mim
Ninguém
ouviu, ou soube
Era
um mundo que se findava
Mas
não houve espetáculo.
Minha
emoção dilacerada
Escorria
pelo chão de um sonho
Que
eu havia construído
Pra
mim.
Só
não houve espetáculo,
Mas
era um mundo que acabava
E
acabou.
E um outro
Recomeçou.
O
homem é pequeno e mesmo assim ele espera coisas as quais não poderia jamais
controlar.
Ele
sonha com um fim que venha com muitas mortes e gritos e cavalos de fogo do
Apocalipse
Porque
talvez ache isso muito desafiador.
Não
consegue resolver seus problemas porque não admite o quão pequeno é.
Não
consegue resolver seus problemas porque não reconhece o quão grande pode ser.
Não
consegue compreender o paradoxo de sua própria existência.
Diante
da angústia, chega a desejar seu próprio
Fim.
Fim?
O que é o fim dentro da
Eternidade?
E se houver dimensões em
que não exista tempo?
Fim...
E se tudo só termina com
um final feliz
Não como nos filmes de Hollywood
Mas como acontece
exatamente em nossa imaginação?
Fim.
Quem gosta demais de viver não pensa em fim
de mundo, nem em morte, nem em tragédia. Quem gosta demais de viver pensa em viver
porque viver é uma dádiva, porque viver é bom, porque viver é emocionante,
porque viver é único, porque viver – até então – é uma só vez. Não importa se
já estive aqui outras vezes, sei que ainda não vivi tudo. E se nunca estive, é
mais um motivo para querer continuar – a viver.
Às vezes
é mais fácil administrar o fim do mundo do que meus próprios sentimentos.
Lembro-me
de nós dois de mãos dadas proibidas na calçada
A
gente se ria um pro outro e nossas almas voavam
Lembro-me
de que querias ser feliz e eu também
Mas
o mundo – este mundo que está prestes a acabar –
Fingia
a nosso favor conspirar.
E
brindamos um copo de cerveja gelada – na esquina da calçada –
Tu
te lembras? Como a gente se contemplava...
No
mosaico de vermelhos a gente se completava e mais nada bastava.
Será
que o mundo destruiu nossos desejos?
Será
que o mundo levou nossos sonhos?
Hoje
ainda lembras que eu existo – te marcou minha existência?
Naquele
momento era verdade quando disse que te amava
Naquele
momento, que passou, que acabou, que explodiu
Será
que era só raiva de mim que em tua bagagem levavas?
E
como eu te odiei tanto quanto pude te amar.
De
uma coisa eu sei, o mundo não pode acabar assim:
Eu
- longe de ti, tu - longe de mim.
Hoje eu vi o céu cinza, num cinza-escuro-azulado-que-metia-medo.
Do outro lado, o sol escondido entre as nuvens parecia dispensar o horário de
verão e dar boas vindas à noite de lua nova. Lembrei-me do fim do mundo. Lembrei-me
dos finais do mundo de outras épocas, que já virei século, já virei milênio, já
virei gerações. Trinta – metade de sessenta, mas bem menos que oitenta e
criança ainda para cem. Se for realmente uma verdade escondida por trás das
nuvens, o fim, acharia uma pena. Há uns sonhos pendurados na parede de minha
consciência a que me devo realizar. Há uns abraços que, por pudores bobos,
deixei de oferecer. Logo agora que venci tantos outros finais, logo agora... Ainda
há muito o que viver, o que quero viver. Porque a vida, pra mim, é isso: não
pra ser levada como obrigação, mas como um presente que devo desfrutar.
Os
mistérios de Deus cabem a Deus.
Se
Seu plano for acabar com tudo
O
que poderemos fazer?
Já
não era mesmo para vivermos o dia
Como
se fosse o último de nossa vida?
E
se tiver sido o último, pergunto:
Foi
feliz hoje? Fez alguém feliz hoje?
Carpe diem.
O mundo,
com seus finais, descomunais, talvez recomece pela manhã.
Poxa, eu estava há muitos dias sem escrever. Sem escrever
nada, nada vinha à minha mente. Parece que o cansaço do trabalho me provocou
uma espécie de ressaca intelectual – eu só pensava em dormir e ficar à toa com
meus afazeres manuais – plantar, regar, cuidar de bichos, andar pelo centro da
cidade olhando coisas... Mas tenho visto e ouvido tanto sobre esse “fim do
mundo”, ele parece mesmo esperado por muitos. Será que já não há tragédias
tantas, por que esperar mais uma? Mundial? E espetaculosa?! Brincadeiras à parte,
seja lá o que tenha de acontecer – ou não – pra mim, a vida continua. Este mundo
já acabou para muitos, receio que esteja no fim para outros. Da sexta-feira,
não espero nada. Nada além do que sempre esperei – sexta-feira é um dos
melhores dias da semana porque prenuncia o final de semana, dias de descanso. Eu
queria mesmo que fosse o fim de muitas coisas, mas não do mundo. Há muita gente
que quer viver, que quer fazer o bem, que ama ou está aprendendo a amar. ‘Fim’ é
uma palavra muito relativa, pois encerra em si um ciclo, uma etapa, mas
compreende novo começo. Se somos mesmo estes seres de alma e de energia – como eu
e muita gente acredita ser – seja neste ou em outro lugar a vida terá
continuidade. A vida. Não a morte. Não desejo mais sofrimento, mais tragédia,
mais dor. Desejo VIDA. Que seja mesmo o fim de muitas coisas e o começo de uma
nova vida. Será que estamos tão dispostos assim ao fim do mundo? Temos medo até
de mudar de casa... Estaríamos dispostos a uma mudança tão grande assim?
por Elayne Amorim
2 comentários:
Olá Elayne, boa noite. Apenas para lhe desejar Festas Muito Felizes e um grande 2013. Um abraço caloroso.
Obrigada! Desejo-lhe um Feliz Natal e festas das mais felizes para você também! Um 2013 repleto de conquistas! Beijo grande.........
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