Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

Traduzindo magias


E se a magia for real?
 
Era Lua Cheia.
Fiz-lhe uma prece.
Um uivo ecoou ao longe.
No dia seguinte vi teus olhos.
Tuas noites compartilhavam noites minhas.
Minhas noites agora compartilham noites tuas.
 
Daqui a sete luas eu me transformo de novo.
Volto ao mundo estranho e real
Repleto de gente que não sei se quero conhecer.
Porém, a curiosidade é natural.
Enquanto não se derem por mim, estou a salvo.
Mas deles exala certa magia
Que eles mesmos não conseguem perceber
Porém, a de um deles é sem igual.
Talvez a única que me faz retornar do meu mundo invisível...














  


 
 Em meus cadernos antigos escrevo linhas de encantamento.
 Guardo-os todos numa gaveta, mas não os tranco.
Não sei quando poderia precisar deles.

Os lábios se tocando: é mágico.
As mãos, os dedos, as pontas dos dedos
Delicadamente...
Substancialmente...
Existe.
Os olhos se tocando: é mágico.
O brilho paralisado, a retina fixada, o estrondo
Daquele olhar...
Avassaladoramente...
Existe.

 

Talvez cada qual de nós tenha um lugar secreto onde caibam todos os nossos sentimentos. Talvez, cada um traga em si essa coisa inexplicável de saber de uma planta, uma chá calmante, um poderoso olhar, o mistério que nos envolve as noites de lua cheia. Algo de mágico e inexplicável que nos toca o coração. Palavras que dizemos que se tornam reais. Visões de tempos remotos – passados ou futuros – com que sonhamos. Pessoas com quem conversamos. O gato espiando a janela. A fogueira acesa. A poesia que se habita por trás das letras. Talvez habite em cada qual de nós certa magia que permitimos ser ofuscada com o passar do tempo. Porém, conheço algumas pessoas que deixam a aura mágica envolvê-las e permitem que ela brilhe, brilhe cada vez mais e isso é o que aumenta minha esperança de jamais perder a magia desse momento único chamado VIDA.
por Elayne Amorim

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