Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

Traduzindo poesia

Traduzindo poesia



Poesia: campo minado de sentimentos.



Ela me invade
Por dentro
Tal música suave
Voz de mulher
Doce
Inebriante.

Uma vez presente
Já dentro
Aperta, grave, indecente
Mãos de homem
Firmes
Estonteante.


Inexata
Como o próprio sentimento que chega no momento
Exato


O beijo que ficou em meus lábios
E eu não te dei
Virou poesia.












Até nos dias mais cinzentos
Ela chega de mansinho e sopra luz em minhas mãos.
Tal cavalo assustado, ela impetuosamente corre
Enquanto eu, arrastada pelas correntes da inspiração
Sinto-me a prisioneira mais livre pela sua imensidão.


Poesia não se faz de palavras
Poesia se faz de vento, vinho e veneno
Poesia é poção de encantamento
Sua matéria é o olhar perdido
O sentimento escondido
De coisas que não são coisas
É só são coisas porque não são nomeáveis

Poesia é o que trago, o que rasgo, o que jamais deixei cair
Dia após dia a sanidade dos dias tenta apagar de mim
A poesia, porém, a poesia é como a vida
A própria vida e como arrancá-la de mim?


Num planeta de ingratidões e mentiras
A poesia me consola com a beleza


A poesia é o que me faz esquecer de tudo.
A poesia é o que me faz lembrar de tudo.
Então ela vira caminho e passeio pelas
Águas do tempo. Sem partida nem chegada
Me dissolvo sinto minto finjo que sinto



Um modo de a poesia traduzir a própria poesia. Estive pensando. Não para defini-la, pois ela é indefinível, mas para torná-la tangente ao que chamamos de razão... 
por Elayne Amorim

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