Um dia
novo.
Lembranças
que persistem.
Uma dor
nova num local diferente do corpo.
Mais um
dia; menos um dia.
Pontos de
vista.
E tudo o
que eu sinto é amor
Ou o que –
sem nome –
Intensifica-se,
aumenta e me faz sentir
Viva.
Concentração
no presente.
Falta pouco.
Para quê?
Falta tão
pouco para tocar o infindável
Embora todos
os pormenores infernais que
Tentam tapar
minha visão do único
Momento que
(tenho): o agora.
Um dia
novo.
É quase
verão.
As cigarras
cantam e assobiam sua transformação.
Tenho tudo
que preciso porque não tenho nada
- tudo
passa por mim ou passo por elas –
Pontos de
vista.
Não quero
meu amor transformado em ódio.
Nem ressentimento.
Eu me
recuso a seguir o óbvio.
Isto que
sinto é maior, muito maior que eu;
É denso,
pulsa, é tormenta, furacão
Isto que
eu sinto é longo e une princípio e fim
O que eu
sinto esteve no início e estará no dia do juízo
Final.
Não quero
que a menor parte disso possa se transformar
Em algo
ruim, porque uma palavra, a menor menção de um pensamento
Pode transformar
o mundo.
Um dia
novo
É um dia.
O não
saber é ilusão
Pois todo
o conhecimento já nos fora dado
E quando o
sol brota trazendo sua energia
O coração
pulsa, o calor sobe de dentro
E então
enxergo toda minha vida
- não há
datas, nem futuros, nem passados
nem horizontes
perdidos, nem sentimentos memorizados –
Só a
ilusão do que criamos e nos encobre de ver.
Há momentos
em que apenas a criação reina
- o
princípio e o fim são a mesma coisa –
Minha pele
se arrepia, estou em todos os lugares
Escuto todos
os lamentos, sinto todas as dores e alegrias,
Retomo meu
princípio, ele começa onde acaba meu fim;
Eu sinto,
agora, ontem, amanhã: um novo dia amanhece em mim.
por Elayne Amorim
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