Não tenho filosofia. Eu tenho poesia

Só um poema de independência


Queria fazer um poema para meu país
mas já é tarde.
A novela está pelo meio, os dramas irreais
tentando retratar os dramas.
Já é tarde.
O dia da independência já se finda
e, sinceramente, não quero falar da política.
Todos já sabem, mesmo que finjam não saber.
Todos veem, mesmo fingindo não ver.
Todos se esquecem, mas não era pra esquecer.

Meu Brasil brasileiro, que país é esse
De tantas belezas, de tantas conquistas,
de tantas riquezas, de gente bonita
Que país é esse, cercado de misérias,
Com crianças que sofrem, com jovens que se drogam
Com pessoas ameaçadas pela violência
Do crime, da corrupção, da impunidade.

Ah, meu Brasil. Há os que esperam, há os que sofrem,
Há os que não se importam, há os que te invejam,
Há os que te sugam, te exploram até hoje...
Há os que gritam por ti
Eu quero ser sempre essa que te poetiza
Mesmo que de maneira tão simples
Essa, que se mobiliza,
Essa peça que luta pela sua total independência
Que se não está com uma caneta em punho
Está com a voz aberta usando a única arma da deasalienação:
A palavra.

Meu Brasil querido, estou muito romântica hoje
Declaro-te minha paixão por ti
E por ti lutarei sempre.

Como todo bom romântico, apaixonado, sonhador
E insistente............

Um comentário:

Carlos Brunno S. Barbosa disse...

Vejo que está aprimorando no lirismo social - tenho uma inveja boa de um certo romantismo que mantém em seus versos; sou mais ácido, mais machadiano, mas admiro aqueles que conseguem empunhar armas e flores nas mesmas mãos. Destaco o diálogo com canções de Renato Russo (em show, ele agia como no seu poema - uma hora chutava a bandeira, na outra a abraçava) e a referência à "aquarela do brasil". Acho legal essa simultaneidade e comunicação entre nossos blogs, independente de qual independência lírica cada um defende, é bom compartilhar solidões poéticas.